Vivenciando os Altos e Baixos da Vida
- NOTI NOAJ
- 30 de mai.
- 3 min de leitura
Atualizado: 5 de jun.

Tudo tem seu tempo e estação. A vida segue ciclos – altos e baixos que se sucedem, transformando momentos difíceis em oportunidades de crescimento e elevação. Muitas vezes, os momentos de maior desafio são apenas a preparação para alturas ainda maiores.
A noite traz repouso, o dia traz luz. Os dias da semana são cheios de ação e esforço; o sétimo dia nos inspira com sua paz e espiritualidade. O inverno esfria e silencia, preparando o terreno para a renovação vibrante da primavera.
Na parashá Metzorá, a Torá apresenta os conceitos de tumá e tahara. Embora comumente traduzidos como "impureza" e "pureza", esses termos se referem a estados espirituais, e não físicos. Tumá pode ser entendida como a ausência de conexão espiritual, enquanto tahara é o estado de prontidão para receber santidade.
Esses conceitos nos lembram que, mesmo fora da prática formal da halachá judaica, há lições espirituais que Bat Noach pode absorver. A vida apresenta fases de afastamento e de proximidade com o sagrado. Mas até mesmo os momentos de afastamento têm um papel: preparar-nos para uma reconexão mais profunda.
Por exemplo, o sono, uma forma de "desligamento", é seguido pelo despertar renovado. No simbolismo judaico, diz-se que durante o sono a alma sobe a esferas mais elevadas, deixando o corpo temporariamente vazio de sua vitalidade espiritual. Assim, o despertar é visto como um retorno da alma – e por isso é tradicional agradecer a D’us ao acordar.
Para a Bat Noach, esses ritmos naturais da vida – repouso e atividade, contração e expansão, silêncio e expressão – também são oportunidades para conexão com o Criador. O desafio é ver o divino não apenas na luz, mas também na escuridão, na ausência, no silêncio.
A Torá nos mostra que o afastamento não é um castigo, mas parte do processo. A descida faz parte da subida. Isso vale para cada alma humana que deseja viver com retidão diante de D’us.
A mulher, de maneira única, vivencia esse ciclo em seu próprio corpo. Embora as leis específicas de niddá (pureza familiar) não se apliquem da mesma forma à Bat Noach, o ensinamento espiritual permanece: o corpo da mulher carrega em si o poder divino de gerar vida, e esse poder traz consigo um ciclo de presença e ausência, plenitude e vazio.
A menstruação pode ser vista como um lembrete desse movimento cíclico – da possibilidade de criar, seguida por um período de pausa. Esse ritmo não é sinal de falha ou impureza moral. Pelo contrário, aponta para a grandeza do dom que a mulher carrega. O potencial é tão elevado, que sua ausência temporária também é sentida com profundidade.
O profeta Zacarias traz uma promessa de esperança: “Removerei o espírito de tumá da terra” (Zacarias 13:2). Isaías completa essa visão: “A terra se encherá do conhecimento de D’us, como as águas cobrem o mar” (Isaías 11:9). Para a Bat Noach, isso representa o anseio por uma conexão mais ampla com o Criador, não apenas através de leis, mas através de consciência espiritual.
Cada momento difícil pode se transformar em um trampolim para algo maior. Cada silêncio pode preparar uma nova melodia. Cada desafio pode ser o começo de uma nova elevação.
Assim, a Bat Noach caminha com fé: mesmo os baixos da vida fazem parte da subida. Com confiança em D’us e sensibilidade para perceber os ciclos espirituais, cada fase se torna parte da jornada rumo à luz.
Que sejamos paz, calmaria, aconchego nesta caminhada rumo aos níveis mais elevados da espiritualidade carregando conosco a essência de toda a transformação e elevação de cada sentelha para que juntos possamos estar bem pertinho da verdadeira revelação do Criador!
Fabiane Braga🌻
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