Um homem idoso, chamado Yaakov, vivia em uma pequena vila. Ele era conhecido por sua sabedoria e justiça. Certo dia, um jovem chamado David se aproximou de Yaakov e perguntou: "Rabi, por que é tão importante seguir as leis e regras de D’us? Não é suficiente apenas ser uma pessoa boa e fazer o que é certo?"
Yaakov sorriu e disse: "David, imagine que você está em uma floresta densa e não conhece o caminho. Se você não seguir as trilhas marcadas, você pode se perder e nunca encontrar o caminho de volta. As leis e regras de D’us são como essas trilhas marcadas. Elas nos ajudam a navegar pela vida e a encontrar o caminho certo."
David refletiu sobre as palavras de Yaakov e percebeu que ele estava certo. As leis e regras de D’us não são apenas uma lista de regras, mas sim um guia para viver uma vida justa e equitativa.
A Parashat Mishpatim é a décima oitava porção semanal da Torá, que abrange os capítulos 21 a 24 do livro de Êxodo. Nesta parashá, encontramos uma série de leis e regras que foram dadas por D’us ao povo de Israel, após a revelação no Monte Sinai.
Segundo Rashi, em seu comentário sobre Êxodo 21:1, "Essas são as leis que você deve seguir", D’us está nos ensinando que as leis e regras são fundamentais para a nossa relação com Ele e com os outros.
O Midrash Tanchuma, em sua explicação sobre Êxodo 21:2, nos diz que as leis e regras são como um escudo que nos protege dos males do mundo. "Assim como um escudo protege o guerreiro, as leis e regras protegem o povo de Israel."
A Chassidut também enfatiza a importância de seguir as leis e regras. O Rebbe de Lubavitch, em seu livro "Likkutei Sichot", explica que as leis e regras são como uma escada que nos ajuda a subir para o céu. "Quanto mais nos esforçamos para seguir as leis e regras, mais nos aproximamos de D’us."
A Importância das Regras para os Bnei Noach
Embora as leis e regras apresentadas na Parashat Mishpatim tenham sido dadas especificamente ao povo de Israel, elas também têm um significado profundo para os Bnei Noach. Como filhos de Noé, os Bnei Noach são chamados a seguir as Sete Leis Universais, que são os princípios fundamentais da Torá que se aplicam a todos os seres humanos, independentemente de sua origem, cultura, modo de criação, etc..
A Conexão entre as Leis de Mishpatim e as Sete Leis Universais
A Parashat Mishpatim apresenta uma série de leis e regras que se conectam diretamente com as Sete Leis Universais. Por exemplo:
- A lei de não derramar sangue (Êxodo 21:12-14) se conecta com a Terceira Lei Universal, que proíbe o derramamento de sangue.
- A lei de não roubar (Êxodo 21:37-22:3) se conecta com a Quarta Lei Universal, que proíbe o roubo.
- A lei de praticar justiça (Êxodo 23:1-9) se conecta com a Sétima Lei Universal, que exige a prática de justiça.
O Rebbe de Lubavitch, em seu livro "Likkutei Sichot", nos diz que a verdadeira justiça e moralidade são alcançadas através da "yirat shamayim", ou temor a D’us. Isso significa que devemos ter um respeito profundo pela Divindade e pelos Seus mandamentos, e viver de acordo com os princípios da justiça e da compaixão.
Ao aprender com a Parashat Mishpatim e ao aplicar seus ensinamentos em nossa vida diária, podemos desenvolver uma relação mais profunda com a Divindade e viver de acordo com os princípios da justiça e da compaixão. Isso é o que significa ser um Bnei Noach verdadeiro.
Como exemplo posso citar a responsabilidade no trânsito:
1. Responsabilidade por danos causados: Somos responsáveis por danos causados a outros (Êxodo 21:35-36). Isso é semelhante às regras de trânsito que exigem que os motoristas sejam responsáveis por danos causados a outros veículos ou pedestres.
Exemplo: Se um motorista causa um acidente e danifica o veículo de outra pessoa, ele é responsável por pagar os danos.
2. Proteção da vida humana: A vida humana é sagrada e que devemos fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para protegê-la (Êxodo 21:12-14). Isso é semelhante às regras de trânsito que exigem que os motoristas tomem medidas para proteger a vida humana, como respeitar os limites de velocidade e usar cintos de segurança.
Exemplo: Se um motorista está dirigindo em uma área escolar, ele deve reduzir a velocidade para evitar acidentes e proteger a vida das crianças.
3. Respeito pela propriedade alheia: Respeitar a propriedade alheia e não danificá-la (Êxodo 21:33-34). Isso é semelhante às regras de trânsito que exigem que os motoristas respeitem a propriedade alheia, como não estacionar em áreas proibidas ou não danificar os veículos de outros.
Exemplo: Se um motorista está estacionando seu veículo, ele deve certificar-se de que não está bloqueando a passagem de outros veículos ou pedestres.
4. Responsabilidade por nossas ações: Somos responsáveis por nossas ações e que devemos assumir a responsabilidade por nossos erros (Êxodo 21:35-36). Isso é semelhante às regras de trânsito que exigem que os motoristas sejam responsáveis por suas ações e assumam a responsabilidade por seus erros.
Exemplo: Se um motorista comete uma infração de trânsito, ele deve assumir a responsabilidade por sua ação e pagar a multa correspondente.
Esses são apenas alguns exemplos de como os ensinamentos da Parashat Mishpatim podem ser aplicados às regras de trânsito modernas. Ao seguir essas regras, podemos criar um ambiente mais seguro e respeitoso para todos os usuários da estrada.
Lembremos da estória do homem idoso, Yaakov, que ensinou ao jovem David a importância de seguir as leis e regras. Yaakov disse que as leis e regras são como trilhas marcadas que nos ajudam a navegar pela vida e a encontrar o caminho certo.
Seguir regras nos ajuda a criar um mundo justo e equitativo para todos. Isso é especialmente importante em relação às regras de trânsito, que são projetadas para proteger a vida humana e prevenir acidentes.
Ao seguir as regras de trânsito e os ensinamentos da Parashat Mishpatim, podemos criar um ambiente mais seguro e respeitoso para todos os usuários da estrada. E, ao fazer isso, podemos encontrar o caminho certo e criar um mundo melhor para todos.
Que a Parashat Mishpatim seja uma fonte de inspiração e de guia para nós.
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