Por vezes temos a sensação de que não tivemos um bom dia ou talvez que nada daquilo que fizemos deu certo, nossos pensamentos em uma velocidade absurda se desenrolam e percorre por todo o nosso passado tentando linkar os fatos atuais a fatos que ocorreram outrora, como se nossa atualidade fosse uma punição em virtude de escolhas passadas, e por instantes nos esquecemos de que nosso D’us é rico em benevolência e perdão e que não leva em consideração comportamentos e decisões passados quando já ocorreu em nós uma tshuvá genuína.
Embora as situações ocorridas pareçam fugir do controle e consequentemente esmorecemos, o que nos resta é aquele sentimento de impotência diante diante de consequências de algumas escolhas e por vezes até somos vítimas de escolhas de pessoas que fazem parte do nosso convívio e nos dispersamos momentaneamente de que mesmo em situações difíceis e complexas aos nossos olhos, lá existe um propósito estabelecido por H’shem e que o bem está inserido mesmo nesses aspectos desafiadores, ainda que não consigamos ver nitidamente a priori.
Diante de tantas situações por vezes desanimadoras para onde devemos direcionar o nosso olhar? O que de fato precisamos ver?
Nossos olhos verão o que a mente está disposta a compreender, portanto o que vemos quando direcionamos o nosso olhar será sempre uma escolha, vemos aquilo que estamos constantemente procurando, pois, nossas percepções são tendenciosas por não vermos as coisas tão claramente quanto pensamos.
Em Pirkê Avot 5:21 “Ben Bag Bag disse: Revire-a e revire-a (a Torá), pois tudo está nela, OLHE pois não há nada mais edificante para ti que ela. Ben Hê Hê disse: A recompensa é proporcional ao esforço diligente”.
A Parashá Reê começa nos convidando a olhar a ver que diante de nós está posto a bênção e a maldição, o bem e o mal, a vida e a morte, cada um se dará de acordo com o comportamento desenvolvido diante da escolha de cumprir ou não as Leis estabelecidas na torá. Esse convite deve se tornar um processo de introspeção espiritual, não nos conduzindo ao passado e sim em que somos na atualidade, devemos nos proporcionar a enxergar a realidade de quem realmente somos e nos esforçarmos para atingir um nível espiritual maior em quem devemos nos tornar, aqui se inicia uma oportunidade de aceitarmos o convite de Avraham e passarmos a ter “ O BOM OLHAR” e desenvolver em nós diariamente o contentamento “Espirito Humilde” e “alma modesta”.
Eis uma grande oportunidade de realizarmos em nós um trabalho espiritual de grande seriedade em nossa mente, corpo e alma e isso só será possível quando decidirmos focar o nosso olhar e passar a ver através da lente da Torá.
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